quinta-feira, 23 de setembro de 2010

População corta mão de estuprador

Um desempregado, de 35 anos, acusado de estuprar uma missionária da igreja Assembléia de Deus em Limeira, teve uma das mãos decepadas por populares, depois que voltou ao local - dois dias após o crime - para tentar matar a mulher.
O estupro aconteceu na segunda-feira (20) quando o homem e um comparsa invadiram a igreja, e ontem o acusado do abuso sexual voltou para pegá-la, mas no lugar dela, dentro do quarto, encontrou o vigia da igreja, de 29 anos, que lhe deu uma surra.
Moradores das proximidades, que viram a confusão, apareceram com um podão e, num único golpe, deceparam a mão do desempregado. Gravemente ferido, ele correu pela estrada da Balsa, sentido Americana, e ainda pulou no rio, caindo 10 metros abaixo, e foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros. Conforme disse a mulher à polícia, antes de estuprá-la, o homem tomou banho - enquanto isso ela ficou amarrada na cama - e ainda disse à ela que era ‘desviado’ da igreja e só Deus iria salvá-lo.
O comparsa dele ficou do lado de fora conversando com outra pessoa, de acordo com ela. Além do abuso sexual, ele roubou R$ 500 e alguns pertences da mulher, que foi encontrada cerca de três horas depois e socorrida à Unidade Básica de Saúde de Americana.
COMPARSA. O homem que acompanhava o desempregado no dia do crime, que é cozinheiro e também tem 35 anos, foi localizado pela equipe da delegada Andréa Arnosti Pavan, da DDM, dentro uma clínica de recuperação, onde conheceu o desempregado, e que fica a cerca de 200 metros da igreja.
O cozinheiro confessou a participação no crime, mas afirmou que não chegou perto da missionária. Ambos foram reconhecidos pela religiosa e tiveram suas prisões temporárias decretadas pela Justiça.
A dupla está presa na carceragem da Delegacia Seccional de Limeira, de onde deverá seguir para uma penitenciária da região em breve. A pena vai depender do juiz.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

MS: plástica de primeira-dama teria sido paga com dinheiro de fraude

  1. Ari Artuzi recolheria 10% do valor dos contratos em troca de garantir licitações. Foto: A. Frota/Prefeitura/Divulgação

O prefeito de Dourados (MS), Ari Artuzi (PDT), chegou a arrecadar cerca de R$ 500 mil mensais com fraude, segundo testemunha
Foto: A. Frota/Prefeitura/Divulgação

A mulher do prefeito de Dourados (MS), Ari Artuzi (PDT), teria recebido R$ 10 mil de um esquema de fraude em licitações, desmantelado nessa quarta-feira, para realizar uma cirurgia plástica. Segundo testemunha do caso, o prefeito Ari Artuzi recolheu R$ 100 mil do Hospital Evangélico de Dourados e repassou 10% do valor para que a mulher realizasse a cirurgia. O esquema rendia ao prefeito cerca de R$ 500 mil por mês.

A operação Uragano (furacão, em italiano) da Polícia Federal do Mato Grosso do Sul levou para a cadeia quase todas as autoridades do Executivo e do Legislativo de Dourados. Ao todo, foram presas 28 pessoas, incluindo o prefeito Ari Artuzi (PDT); o vice, Carlinhos Cantor (PR); a primeira-dama, Maria Freitas Artuzi; e nove dos 12 vereadores, incluindo o presidente da Câmara, Sidlei Alves da Silva (DEM); quatro secretários municipais; e empreiteiros. Na casa do prefeito foram encontrados R$ 145,8 mil. Os envolvidos também são acusados de formação de quadrilha e corrupção.

A investigação da PF começou em maio, baseada em denúncia do jornalista Eleandro Passaia, ex-secretário de governo de Artuzi, que gravou cenas em que ele próprio entrega dinheiro ao prefeito, em flagrantes combinados com a Polícia Federal.

Em depoimento à PF, nessa quarta-feira, Passaia disse que os cerca de R$ 500 mil mensais arrecadados eram distribuídos entre os outros acusados. Em um dos vídeos entregues à polícia, o prefeito aparece em casa, sentado numa espreguiçadeira, enquanto recebe de Eleandro R$ 10 mil. Em outro, é a mulher dele, Maria Freitas, quem aparece recebendo outros R$ 10 mil.

Eleandro contou que a gota d'água para delatar o esquema foi quando o prefeito Ari Artuzi recolheu os R$ 100 mil do Hospital Evangélico e repassou parte dele para a mulher fazer a cirurgia plástica. Na mesma semana, segundo Eleandro, uma criança teria morrido na unidade devido a uma operação mal sucedida.

Prefeito despacha da prisão, diz advogado
A denúncia feita pelo jornalista Eleandro Passaia que resultou na prisão de 28 pessoas levou à cidade a uma situação insólita. Como prefeito, vice, presidente da Câmara, vice da Câmara e até o procurador-geral da prefeitura estão presos, a Lei Orgânica do município não prevê quem assume o cargo. Para o advogado Carlos Marques, que defende o prefeito, Artuzi continuará despachando da prisão de Campo Grande (MS), para onde foi levado ontem, após manifestações da população, que pedia seu impeachment e tentou depredar sua casa. Manifestantes também comemoraram as prisões soltando fogos de artifício.

O Tribunal de Justiça do Estado poderá determinar a intervenção no município antes deste domingo, quando expira a prisão temporária dos 28 suspeitos

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