A oposição enxergou no último pronunciamento televisivo de Lula uma peça de campanha em favor da candidata oficial Dilma Rousseff.
Associados à candidatura oposicionista de José Serra, PSDB, DEM e PPS decidiram reagir. Acionaram as respectivas assessorias jurídicas.
Pretende-se protocolar no TSE mais uma representação contra Lula, acusando-o de usar a rede de rádio e TV oficial para fazer campanha ilegal.
Entre as frases pronunciadas por Lula, uma das que mais abespinharam a oposição foi a seguinte:
“Olhando para o calendário, meu período de governo está chegando ao fim. Mas algo me diz que este modelo de governo está apenas começando”.
Para o vice-líder tucano Alvaro Dias (PR), Lula não fez senão "utilizar da máquina pública para fazer o proselitismo eleitoral. A campanha foi explícita".
Presidente do PSDB e coordenador da campanha de Serra, Sérgio Guerra (PE) viu na fala de Lula "mais uma etapa" na ofensiva pró-Dilma.
O presidente do PPS, Roberto Freire, avalia que a oposição deve requerer à Justiça espaço equivalente ao que Lula usou na TV, para rebater o discurso.
A oposição já protocolou no TSE uma dúzia de ações contra o presidente. Obteve êxito em duas. Numa, Lula foi multado em R$ 5 mil. Noutra, R$ 10 mil.
A nova representação talvez não prospere. O expectador mais atento notou que Lula, de fato, fez campanha dissimulada.
O problema é que a dissimulação foi muito bem feita. Não houve menção ao nome de Dilma. Lula tampouco pronunciou o vocábulo “eleição”.
A mensagem contunuísta foi, por assim dizer, embrulhada num pacote que os juízes do TSE bem podem considerar como mero balanço de governo. A ver.
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