Temer e Renan lideram duas agendas anti-crise
Duas
reuniões marcadas para esta quarta-feira reforçarão o movimento
anti-crise liderado pelo senador Renan Calheiros. O café da manhã
reunirá no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente
Michel Temer, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está na
capital para a Marcha das Margaridas, o próprio Renan e alguns senadores
do PMDB, como Romero Jucá e Eunício Oliveira. Às 16 horas, no gabinete
de Renan, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, voltará a discutir a
chamada Agenda para o Brasil. Agora, com senadores de todos os partidos.
Renan mandou convidar também os da oposição.
O café na casa de Temer foi pedido
por Lula, que finalmente viu acolhido por Dilma seu conselho para buscar
a reconciliação com Renan e o estreitamento dos laços com o PMDB do
Senado. Renan pode não “unificar a todos”, como disse Temer naquela
frase que deu panos para mangas, mas certamente está liderando o mais
importante movimento agregador de apoios e dissipador do ambiente de
crise. A presença de ambos no encontro com Lula serve até para
neutralizar os boatos de ontem à tarde, de que Temer teria se incomodado
com a emergência do presidente do Senado neste papel de grande bombeiro
e mediador anti-crise. Ambos negaram qualquer mal estar. Se para Dilma
Renan tornou-se um muro de arrimo, Temer continua sendo um pilar de
sustentação. Lula tratará de valorizar o papel de cada um.
O encontro com Levy, inicialmente,
seria com Renan e líderes da base governista para dar sequência ao exame
das 28 propostas da Agenda para o Brasil. Alguns pontos o governo vai
dizer que são inviáveis, como a cobrança de procedimentos no SUS segundo
a categoria de renda, mas a grande maioria deve ser endossada por Levy.
Ontem à tarde, depois do discurso em
que apresentou a agenda ao plenário do Senado, Renan mandou que todos
os senadores fossem convidados. Se a oposição cobrava iniciativa do
governo, agora está diante de uma iniciativa do próprio Senado,
negociada com o governo. Como poderá ignorá-la? Pelo menos por elegância
política, alguns devem comparecer.
- Se eu fui convidado, o que ainda
verei no gabinete, irei sim, embora eu ache que boa parte da propostas
não dialogam umas com as outras. Mas ainda que não façam bem à economia,
mal não farão – disse o tucano José Serra.
E assim Dilma vai colhendo uma
semana muito melhor que a que passou, embora ela vá terminar com um dos
dois grandes desafios de agosto: os protestos do dia 16. O outro gargalo
será o parecer do TCU sobre suas contas. (247)
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