O
deputado federal pernambucano Inocêncio Oliveira, de 75 anos, dirigente
regional do PR, se reúne nesta segunda-feira (23,09), a partir das 10
horas, com a Executiva do partido, prefeitos, vice-prefeitos,
ex-prefeitos e demais aliados para comunicar a decisão de não mais
disputar a reeleição para a Câmara Federal.
O governador Eduardo Campos teria lamentado muito, ao ser comunicado da decisão.
O
representante do grupo político será agora o primo Sebastião Oliveira,
ex-secretário de Transportes do governo Eduardo Campos e deputado
estadual pelo PR. Vai disputar um cargo de deputado federal nas eleições
do ano que vem. Nas últimas eleições municipais, Sebastião Oliveira
tentou eleger-se prefeito de Serra Talhada , com apoio de Eduardo e
Inocêncio, mas acabou derrotado pelo petista Luciano Duque.
O
maior desafio do sucessor político será conseguir evitar a
canibalização dos votos inocencianos. O líder do PR conseguiu eleger 27
prefeitos, mas hoje só há 17 na legenda. Em tempos de leilão de votos,
muitos prefeitos dizem que uma coisa é votar em Inocêncio e outra seria
votar no sucessor. O assedio também parte de aliados do PR como o PSB. O
prefeito de Timbaúba, Marinaldo Rosendo, por exemplo, já está buscando
votos em Serra Talhada, com apoio do rival local Carlos Evandro (PSB),
rompido com Inocêncio Oliveira, para um mandato federal.
“A
ganancia na política é cada vez maior. O assedio e o leilão são hoje
enormes, como nunca foram”, reclamou recentemente a amigos, dando uma
das pistas para o abandono da lida parlamentar.
No
exercício do 10º. mandato parlamentar, Inocêncio atualmente é o único
remanescente da década de 1970, além do senador Jarbas Vasconcelos, em
atuação política no Estado.
Um
dos decanos do Congresso Nacional, já tendo passado até pela
presidência, Oliveira está em recuperação de cirurgia para implante de
prótese no joelho direito, em São Paulo. Ele chegou a anunciar a volta
ao batente no dia 28 passado. Foi a terceira cirurgia já feita.
Depois
de 39 anos viajando de avião semanalmente para Brasília, Oliveira
contraiu problemas de audição, amortizados com o uso eventual de um
discreto aparelho auditivo. Quando não está usando, as pessoas pensam
que ele está com problemas de surdez.
No Recife, o escritório abre todas às segunda-feiras para romaria de prefeitos.
Na
condição de dirigente partidário e líder político, o deputado informa
que, apesar da decisão sobre a disputa de um mandato federal, irá sentar
à mesa no próximo ano para participar das tratativas em torno das
eleições majoritárias para o Governo do Estado e Senado.
“Com
a política no sangue, ao concluir meu mandato federal, irei continuar
na vida pública, em espaço ainda a ser definido”, informa, por meio de
sua assessoria. Uma das coisas que ele sonha é uma indicação para uma
das vagas no Parlasul. Na ativa, sempre sonhou com uma disputa
majoritária.
Agora,
Inocêncio Oliveira tem dito a amigos que vai cuidar um pouco mais de
sua vida rural, andar de cavalo, olhar gado, cuidar mais da família.
Nos
últimos anos, vendeu a empresa de laticínios que mantinha em Limoeiro,
mas mantém vários imóveis, além das revendas de motos Honda e um
hospital regional em Serra Talhada. Opera ainda uma rádio na cidade. Uma
filha opera uma TV em Caruaru.
Donadon
Em
uma de suas últimas declarações públcias, reclamou da decisão do
Congresso após o Supremo Tribunal Federal – STF ter condenado o deputado
Natan Donadon a pena de 13 anos de reclusão pelo desvio de R$ 8,4
milhões da Assembléia Legislativa de Rondônia quando era diretor
financeiro da instituição e mais do que isso teve os seus direitos
políticos cassados por 5 anos.
“Foi
a decisão mais vergonhosa que eu já vi da Câmara dos Deputados. Uma
decisão que não se coaduna com os processos modernos de honestidade,
seriedade e espírito público. Depois de 38 anos de deputado federal foi a
maior decepção que tive em minha vida, estou envergonhado pela Câmara,
que levou a instituição ao chão, uma decisão que não se explica.E essa
decisão deveria ser anulada, pois no processo de votação o próprio
Donadon votou e ele não poderia fazê-lo, pois estava com os direitos
políticos cassados. Logo a Câmara deveria anular essa votação e
recuperar-se cassando o mandato dele”.
“Estou
envergonhado e poderei tomar posições futuramente, porque estou cada
vez mais decepcionado com a maneira como a Câmara conduziu esse
episódio. Caso pudesse participar da referida sessão, teria, com toda
certeza votado pela cassação, haja vista a condenação transitada em
julgado no Supremo Tribunal Federal”. (Blog do Jamildo)