Brasil vai produzir vacina contra rubéola e sarampo para países pobres
A primeira vacina brasileira desenvolvida especificamente para
exportação será produzida pela Bio-Manguinhos, uma unidade da Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com a Fundação Bill & Melinda
Gates.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, fez o anúncio dos planos
sobre a vacina em uma conferência de medicina organizada pela Fundação
Gates no Rio de Janeiro.
"O acordo com a Fundação Gates coloca a produção de vacinas do
Ministério da Saúde no mercado global e com o menor preço", disse o
ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em sua conta no Twitter.
Países como China, Índia e Brasil têm intensificado os investimentos
em tecnologia biomédica para fornecer vacinas e remédios a países em
desenvolvimento com preços reduzidos em relação aos praticados pela
indústria farmacêutica de países desenvolvidos.
O sarampo mata 158 mil pessoas por ano no mundo, a maior parte
formada por crianças até cinco anos. A rubéola, virose contagiosa que
tem pequenas manchas entre os sintomas, pode causar sérias sequelas em
mulheres grávidas e seus bebês.
A Bio-Manguinhos, que possui um largo histórico na produção de
vacinas combinadas para sarampo, caxumba e rubéola, vai fabricar 30
milhões de doses por ano da nova vacina dupla viral para suprir países
em desenvolvimento na África, Ásia e América Latina.
A produção vai incrementar a disponibilidade da vacina que hoje é feita por apenas um fabricante, o Instituto Serum, da Índia.
A Fundação Gates afirmou que vai destinar 1,1 milhão de dólares para
apoiar os testes clínicos e pode contribuir para fundos adicionais em
fases subsequentes do projeto.
Bio-Manguinhos tem produzido a vacina multiviral para sarampo,
caxumba e rubéola desde 2003 sob um acordo de transferência de
tecnologia com a GlaxoSmithKline. Essa vacina tripla é usada no programa
de imunização brasileiro, mas ainda não foi adotada em outros países em
desenvolvimento devido ao custo e à limitada presença epidemiológica de
caxumba em muitos desses países.
A nova vacina bivalente será destinada a esse grupo de nações e deve chegar ao mercado até 2017.
(Reportagem de Anthony Boadle)
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