Irritado com críticas a seu pai, vereador Betão parte para cima de Ronaldo Silva e é contido por colegas
O
efeito das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) aprovadas nesta
terça-feira (13) pela Casa Plínio Amorim quase provoca cenas de agressão
explícita.
Irritado com as críticas a seu pai,
ex-vereador Adalberto Bruno, feitas pelo governista Ronaldo Silva (DEM),
o integrante da bancada de oposição, Adalberto Filho ‘Betão’ (PSL)
partiu para as vias de fato e só não agrediu Ronaldo porque foi contido
por outros colegas.
A confusão teve início depois que o
governista saiu em defesa de Pedro Fillipe, líder do PSL na Casa, que
foi duramente repreendido por Betão por ter votado favorável à CPI para
investigar repasses federais – entre 2001 a 2008 – ao antigo Hospital de
Urgências e Traumas (HUT).
Betão, que considerou a atitude “uma chantagem”
da bancada governista por conta da CPI que vai apurar indícios de
irregularidades do São João do Vale nos últimos três anos, disse
claramente que Fillipe “mudou de lado”.
Em seu discurso, Ronaldo rebateu Betão
ao afirmar que o líder do seu partido compreendeu a importância da CPI
do Traumas. Mas quando disse que Fillipe está sendo tratado como “aliado do prefeito”,
Ronaldo lembrou que o pai de Betão, Adalberto Bruno, também tomou
posicionamento semelhante quando deixou o grupo do então prefeito
Guilherme Coelho (PSDB).
O comentário deixou Betão revoltado, que
interrompeu o discurso do governista e partiu para tirar satisfações. O
líder oposicionista, Ronaldo Cancão (PSL), foi um dos que tentaram
acalmar o colega. Somente após alguns minutos, a situação foi
contornada. Conduzindo os trabalhos na Mesa Diretora, Cristina Costa
disse (PT) criticou a postura de Betão, afirmando que tal atitude “só serve para desgastar a imagem do Legislativo” perante os petrolinenses.
Outro governista, Alvorlande Cruz (PRTB), também não poupou o vereador. “Isso aqui é um parlamento. Precisamos ser educados. O senhor tem de baixar mais a sua bola”,
alfinetou. Ao retomar o discurso, Ronaldo Silva ressaltou não ter feito
críticas pessoais ao pai de Betão – o qual disse, inclusive, respeitar
muito. “O problema é que aqui tem vereadores que sempre criticam, mas quando a gente toca na ferida acham ruim”.
Emoção e lágrimas
Mais calmo, Betão reconheceu ter se
excedido e pediu desculpas a Ronaldo e ao público presente à sessão. Ao
justificar o momento de ira, o oposicionista desabafou: “Recebi (o comentário) como uma provocação. O calor da emoção me trouxe a esse tipo de discussão”.
Quando se lembrou do seu pai, Betão não
se conteve e foi às lágrimas. E garantiu que nos três mandatos de
Adalberto Bruno, sua postura na Casa sempre foi íntegra. “Tenho
convicção de que não tem quem fale uma vírgula de alguma coisa errada
dele, que ele tenha se vendido ou se corrompido, e que não tenha lutado
pelo povo de Petrolina”, completou Betão.
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