segunda-feira, 22 de abril de 2013

PSB abre processo contra deputado evangélico que se declarou contra o casamento gay na Bahia

O PSB baiano abriu um processo disciplinar contra o deputado estadual Sargento Isidório. O ato, conforme destaca nota enviada à imprensa, se deveu às recentes declarações dadas pelo pastor-deputado, consideradas ofensivas e agressivas. Sargento Isidório, por sua vez, diz que não quis ofender ninguém e aponta a existência de uma "patrulha do pensamento" dentro da sigla.

A presidente do PSB, a senadora Lídice da Mata, disse se surpreender com o comportamento do deputado. "Ninguém pode dizer que é normal a forma que ele vem se referindo à imprensa e à sociedade baiana, usando termos chulos e agressivos. Ele desrespeitou a sociedade, o partido que o elegeu e a própria Assembleia Legislativa, em que ele está na condição de deputado", aponta.
 
Sargento Isidório vem declarando publicamente que é contra o casamento gay, refere-se aos homossexuais como "viadagem" e acredita que a liberalização dos costumes é responsável por recentes tragédias, como a seca no Nordeste e os atentados em Boston. Ele prega que as relações homoafetivas são "o fim da humanidade", pois não resultam em procriação.

O PSB entendeu que as falas de Isidório foram feitas de "forma antiética, utilizando expressões chulas e de baixo calão, para atingir o PSB como conjunto, dirigentes do partido, personalidades da Bahia, em desacordo com princípios do partido e da representação partidária a ele conferida pela população", diz um trecho da nota.

Mal-entendido - O deputado tomou conhecimento do processo disciplinar aberto contra ele por meio da reportagem de A TARDE. Ele afirmou que irá se defender perante a Comissão de Ética da legenda e espera mostrar que foi mal entendido ou que está sendo vítima da inquisição.

"Eles abriram o processo por quê? Por eu discordar do pensamento de algumas pessoas? Elas querem exterminar a graça que Deus criou. Na hora que é homem com homem, mulher com mulher tem filhos? É o fim da humanidade", questiona.

Sargento Isidório admite que pode ter usado alguns termos ofensivos, mas não retira suas declarações. "Eu tenho direito de ter o pensamento livre. Se alguma palavra que eu disse ofendeu alguém, eu retiro, peço perdão, mas não mudo o meu pensamento".

Ele acusa o partido de não lhe de dar cobertura. "Onde já se viu algum partido fazer nota de repúdio, abrir processo disciplinar, antes de chamar alguém para conversar, de dizer que isso aqui está errado? Eles deviam ser justos".

O primeiro-secretário do PSB, Roberto Hita, faz duras acusações a Isidório. "Ele não tem o direito de cobrar nada do partido. Ele teve 44 mil votos, quando o coeficiente eleitoral era 100 mil. Precisou dos votos do partido". Hita também lembra que o PSB acolheu o sargento após ele ser expulso do PT. "Nós o aceitamos quando ninguém mais queria".

Isidório disse que vai apresentar defesa, até mesmo diante do PSB nacional. "Não quero sair. Mas se porventura, eu for botado para fora (sic) não posso fazer nada". A Tarde

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores