quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Assembleia 100% afinada com o governo


Saldo positivo para o Executivo estadual. Ao longo do ano, 184 projetos de lei foram encaminhados pelo governo à Assembleia Legislativa. Aprovados: 183. A maior parte sem dificuldades, emendas ou grandes modificações. O único que não entrou nessa lista diz respeito à gratuidade de passagens de ônibus para pessoas com deficiências. O motivo, entretanto, passa longe da rejeição. Foi retirado de pauta após conversa entre a Casa Civil e a própria bancada governista. Consenso de ambos de que ele precisaria de mais tempo para ser maturado.
Para o líder de governo na Assembleia, deputado Waldemar Borges (PSB), o saldo reflete uma articulação positiva da Casa. Em diversas entrevistas o presidente da Assembleia, Guilherme Uchoa, compartilhou o elogio. Essa visão entretanto, não é unânime no Legislativo. Para outros, a razão está, unicamente, no fato de a oposição ser numericamente pequena e, por vezes, dividida.
A principal crítica do bloco oposicionista é a falta de discussão sobre as matérias propostas pelo Executivo. “Tivemos um período que demonstrou claramente o que é um governo com maioria e um Legislativo de apoio ao Executivo”, avaliou o deputado Maviael Cavalcanti (DEM). Com oito mandatos de deputado estadual e um de federal diz nunca ter visto nada semelhante e adverte sobre enfraquecimento do Legislativo. “A discussão aconteceu nas comissões. O debate ocorreu lá”, assim o líder do governo justificou o porquê das rápidas votações. O socialista destacou, ainda, a “qualidade das matérias encaminhadas pelo governo”.
A insatisfação de alguns deputados se agravou com a autoconvocação prevista para esta semana. “O Poder Executivo nunca mandou tantos recados de que tem a autoridade”, criticou Mavieal. O recesso parlamentar tem início hoje, mas foram acertadas reuniões extras nas quinta e sexta-feiras para votação de um projeto do governo de supressão de vegetação. A área em questão tem 22,7 hectares e nela será construído o Ramal da Copa.
O momento mais polêmico do ano na Assembleia foi o projeto de lei que determinava o aumento de salário dos bombeiros. Por determinação do líder da oposição, Antônio Moraes (PSDB), os deputados do grupo se retiraram do plenário. Na verdade, eles não eram contra a proposta, apenas queriam percentuais maiores de aumento. Moraes não participa dos últimos dias da atividade legislativa porque está de licença cultural, em viagem à Espanha. “Fazer oposição não é ser contra o estado. Eu diria até que é fazer bem porque quando mostramos erros contribuímos com a administração”, completa Maviael.

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