quinta-feira, 3 de abril de 2014

Polícia Federal vai ouvir ex-diretor da Petrobras


























Estadão Conteúdo.

A Polícia Federal vai ouvir o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, como testemunha sobre o caso da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), negócio que está sob investigação por suspeita de superfaturamento. De acordo com reportagem do Estado de S. Paulo, a disposição de contar sua versão sobre o assunto é que fez a polícia decidir ouvi-lo nesta fase do inquérito, em que estão sendo reunidos documentos sobre o caso.

Cerveró protocolou ontem (2), na Polícia Federal, na Câmara dos Deputados e no Senado carta na qual se oferece para prestar esclarecimentos. "Estou à disposição para prestar os esclarecimentos que se fizerem necessários sobre minha participação, à época, como diretor internacional, bem como sobre toda a tramitação do processo aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobras e, ainda, demais fatos que atestam a lisura do meu procedimento", escreveu o ex-diretor.

O executivo foi acusado pela presidente Dilma Rousseff (PT), por meio de nota, de ter encaminhado ao conselho de administração, na época presidido por ela, um resumo "técnica e juridicamente falho" sobre a Refinaria de Pasadena, que balizou a aprovação do negócio pelo colegiado. A presidente disse ainda que se tivesse tido conhecimento de cláusulas do contrato que lhe foram "omitidas" pela diretoria de Cerveró, "seguramente não seriam aprovadas pelo conselho."

A manifestação da presidente foi em resposta a questionamento sobre seu voto favorável à compra da refinaria, em 2006. Até então, se sabia apenas que o conselho havia aprovado a compra, mas a manifestação dos seus membros a respeito era mantida em sigilo. Havia a possibilidade de a presidente ter se manifestado contra, mas ter sido voto vencido, o que não ocorreu.

Cerveró, entretanto, afirmou hoje (3), por meio de advogados, que a presidente Dilma Rousseff recebeu cópia de todo o processo envolvendo a Refinaria de Pasadena quinze dias antes de ter votado favorável ao negócio, assim como os demais membros do conselho, versão que deve confirmar à Polícia Federal e ao Congresso Nacional. A interlocutores, o ex-diretor afirmou que está disposto a confrontar a presidente em nome de sua carreira na estatal.

A investigação da Refinaria de Pasadena pela Polícia Federal foi aberta no início de março, após a Câmara dos Deputados criar uma comissão externa para analisar negócios da empresa. A refinaria já era investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministério Público após a revelação de que custou à estatal US$ 1,2 bilhão, quando havia sido comprada, um ano antes, pela empresa belga Astra Oil, por US$ 42,5 milhões.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores