Num misto entre alegria e desabafo, o governador Eduardo Campos recebeu na noite de ontem (22) o título de Cidadão Petrolinense da Câmara de Vereadores, deixando um aviso claro aos seus opositores: não é de mandar recados a ninguém.
“Não sou homem de mandar recados. Esse tempo para mim já passou. O que tenho para dizer, digo na cara”, afirmou Eduardo, durante a cerimônia na Casa Plínio Amorim, prestigiada por diversas autoridades regionais e do estado.
Embora a declaração fosse endereçada ao prefeito Júlio Lóssio, que derrotou no ano passado o candidato socialista à prefeitura de Petrolina, deputado federal Gonzaga Patriota, Eduardo não poupou alguns setores da imprensa de críticas.
Algumas horas antes, na solenidade de formação dos novos policiais militares do 5º BPM, no ginásio do Sesc, o governador havia se irritado com uma pergunta de um repórter sobre a possibilidade do Estado assumir novamente o Hospital Dom Malan. Na ocasião ele soube que Lóssio temia entregar o hospital porque o governador havia prometido, em sua campanha de 2006, construir três unidades.
“Não vim a Petrolina, pelo carinho e respeito que tenho pelo seu povo, para fazer da saúde um debate de rinha política, porque isso não interessa a quem está com um filho, um marido ou a esposa doente”, disse na ocasião.
Mas durante o discurso na entrega do título, o governador ratificou sua declaração afirmando ter sido o único até agora a colocar recursos na saúde de Petrolina – R$ 600 mil para o Hospital de Urgências e Traumas, além de garantir mensalmente mais R$ 650 mil destinados ao pagamento dos funcionários do estado cedidos ao município.
Deixando o tom crítico de lado, o governador enalteceu o desenvolvimento de Petrolina, que na última segunda (21) fez 114 anos de fundação. Disse que a cidade, desde metade do século passado, tem sido “uma referência de prosperidades e possibilidades para o Nordeste seco”, graças à história de luta e fé do seu povo.
No campo político, Eduardo lembrou que Petrolina lhe reservou momentos decisivos, juntamente com seu avô, o ex-governador Miguel Arraes (falecido em 2005). “Petrolina foi generosa comigo e com meu avô, sempre nos acolheu nos momentos bons e nos mais difíceis também”, disse, remetendo-se à campanha derrotada de 1998, quando Arraes perdeu a reeleição por mais de um milhão de votos para Jarbas Vasconcelos.
No longo discurso de quase 40 minutos, Eduardo ressaltou obras importantes como a Transnordestina, que vai mudar a cara da região. Destacou o atual estágio de Pernambuco, que deve ter um crescimento do PIB este ano de 4%. E lembrou os investimentos feitos pela Compesa para melhorar o abastecimento d`água na cidade
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