O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) defendeu, nesta segunda-feira (25), o direito do deputado licenciado José Genoino (PT-SP) de receber aposentadoria por invalidez e rejeitou a tese de que o cumprimento da sentença do petista em prisão domiciliar seja um privilégio.
"Não tem prisão honrosa, não acho que exista prisão boa. Se for regime fechado, semiaberto, domiciliar, não importa. Toda a prisão é desonrosa, põe o homem de joelhos, faz dele um zumbi, sem alma. Você imagina ter sua vida decidida de fora para dentro o tempo todo, por ação e vontade de burocratas? Não vejo nenhum privilégio para o Genoino. Ele está sofrendo, não é mais um homem jovem", afirmou o petebista.
Na tarde de ontem, a justiça autorizou José Genoino a ir para a casa de um familiar, logo depois de ele ter recebido alta do hospital em que estava internado desde que passou mal no Complexo da Papuda, em Brasília.
Questionado sobre como a sociedade reagiria à ideia da prisão domiciliar de Genoino, Jefferson afirmou: "O que a sociedade quer? Sangue? Temos que ter regras democráticas. Não se pode fazer mais linchamento moral. Chega de linchamento", disse.
Jefferson afirmou, ainda, que o pedido de aposentadoria feito por Genoino é "justo". "Ele precisa sobreviver, já tem tempo de serviço. Só acho que ele errou, poderia ter pedido há mais tempo para evitar esta polêmica. Eu, se presidente do PTB em atividade, recomendaria ao meu partido votar a favor da aposentadoria de Genoino".
Questionado se está incomodado com a demora do Supremo Tribunal Federal em definir sua situação, ele afirmou: "Estou cansado. Esta expectativa mina a nossa resistência. Vou ligar hoje para o meu advogado. Se sair mandado de prisão, eu me apresento sem problemas no Rio de Janeiro".
Folha de S.Paulo.
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