Armando: "Decisão do PSB consolida candidatura de Eduardo"
Um
fato que vai condicionar os próximos movimentos a partir de agora. É
dessa forma que o senador Armando Monteiro, presidente do PTB de
Pernambuco, avalia a decisão da executiva nacional do PSB, comandado
pelo governador Eduardo Campos, de deixar o governo da presidente Dilma
Rousseff (PT), entregando os dois ministérios que ocupa atualmente.
Em
entrevista à Rádio Jornal, o senador fez uma avaliação do impacto da
decisão. “Eu acho que esse movimento que o PSB fez aponta claramente uma
direção e essa direção é a da candidatura do governador Eduardo Campos à
Presidência da República. A partir daí, essas definições nos planos
local e regional naturalmente começarão a acontecer, ou seja, a
definição das alianças que vão se formar e, a partir disso, a definição
dos palanques.”
Veja abaixo a entrevista completa:
O clima aí [em Brasília] está quente com este afastamento do PSB [do governo Dilma]?
Armando
Monteiro – Olha, não resta dúvida nenhuma que esse foi um assunto que
teve repercussão aqui no Congresso Nacional, no meio político e na
imprensa. É um fato relevante do ponto de vista político.
O seu caminho como candidato a governador ficou mais estreito ou mais largo com essa decisão do governador Eduardo Campos?
Armando
Monteiro – O que há é que as coisas começam agora a se definir. Eu acho
que esse movimento que o PSB fez aponta claramente uma direção e essa
direção é a da candidatura do governador Eduardo Campos à Presidência da
República. A partir daí, essas definições nos planos local e regional
naturalmente começarão a acontecer, ou seja, a definição das alianças
que vão se formar e, a partir disso, a definição dos palanques.
Portanto, é um fato, é um evento que vai, sem dúvida nenhuma,
condicionar os movimentos políticos a partir de agora.
É evidente que
candidaturas ainda não estão postas, mas eu não posso deixar de dizer
que o nosso nome está e sempre esteve à disposição desse conjunto e,
evidentemente, nós vamos agora, na perspectiva desse processo... vão se
iniciar agora, com uma dinâmica nova, esses processos de articulação.
Ele conversou com o senhor antes de tomar essa decisão?
Armando
Monteiro – Não, não. Não tivemos nenhum contato sobre essa questão. Eu
tenho a impressão de que essa definição, pelo que se sabe, alguns
setores do partido, do próprio PSB, há algum tempo, já de alguma forma
cobravam essa definição. Sabe-se, por exemplo, que a executiva do
partido em São Paulo, em reuniões da executiva nacional anteriores, já
apresentava essa proposta de afastamento do governo.
Era um
processo que vinha sendo discutido no âmbito do partido e, nas últimas
semanas, o que se assistia também era um certo desconforto do PT e do
governo federal com uma posição que era cada vez mais clara, do PSB, no
sentido de caminhar para uma candidatura própria.
Portanto, para
caminhar na direção de uma candidatura própria é evidente que esse
afastamento do governo era algo que se impunha, até para que se pudesse
dar uma certa credibilidade a esse projeto do partido.
Senador, às 9h46 minutos desta quinta-feira, hoje, agora, o senhor está mais perto de Dilma ou de Eduardo?
Armando
Monteiro – O meu partido, o PTB nacional, nesse momento, tem um
alinhamento claro à presidente Dilma. Essa é também a posição do partido
no Congresso. E eu disse há algum tempo em Pernambuco que o nosso
partido está inserido nesse campo político.
Eu lembro sempre que
nós fomos eleitos num palanque onde estavam juntos o PSB, o PT e o PTB.
É claro que todos desejavam que esses partidos ainda estivessem juntos
no processo, mas há projetos partidários que são legítimos. Eu nunca
deixei de considerar que esse projeto do PSB é um projeto legítimo,
assim como, do mesmo modo, em Pernambuco, e na perspectiva da sucessão
do governador Eduardo Campos, são legítimas também as postulações que
nesse contexto da nossa Frente (Popular de Pernambuco) possam se
apresentar.
Ou seja, o
mesmo grau de liberdade que o PSB reivindica no plano nacional o nosso
PTB reivindica no plano regional. Portanto, eu acho legítimo esse
projeto, mas acho que nós entramos agora realmente numa nova fase e
vamos ter uma definição agora mais clara das alianças.
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