terça-feira, 3 de setembro de 2013

Palmas para o STF


Ainda bem que o Supremo Tribunal Federal, agindo em sintonia com as aspirações mais legítimas da sociedade brasileira, anulou a sessão que manteve o mandato do deputado Natan Donadon (sem partido-RO). Felizmente, nem todas as instituições brasileiras estão falidas. A decisão da Câmara, tomada na semana passada, envergonhou a Nação.
Responsável pelos desvios da ordem de R$ 55 milhões quando presidente da Assembleia de Rondônia e condenado por peculato e formação de quadrilha, Donadon estava preso na Papuda, em Brasília, há mais de dois meses.
Para fazer sua defesa, durante a sessão destinada à sua cassação, Donadon chegou algemado ao Congresso num camburão da Polícia. Dos 405 deputados presentes, 233 votaram pela cassação, 131 contra e 41 se abstiveram. Para cassar o seu mandato eram necessários 257 votos. Faltaram, portanto, 24 votos, mas um detalhe curioso: 108 parlamentares se ausentaram, ou seja, foram coniventes.
A não cassação de Donadon, na verdade, está sendo interpretada também como mais um capítulo do duelo travado entre dois poderes – o Legislativo e o Judiciário. O Congresso não quer ser tutelado pelo Supremo. Acha que está perdendo a sua autonomia em razão de várias intervenções feitas pela alta corte judiciária na pauta legislativa.
Mas essa briga tem que ter limites e não se pode usar um bandido como moeda de um jogo em que só perde o Congresso. Evitar a cassação de um parlamentar-bandido é um crime de lesa-pátria, que depõe contra a imagem de um parlamento que já está, há muito tempo, no fundo do poço. (Da Coluna do Blog do Magno Martins).

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