quinta-feira, 27 de março de 2014

Astra ofereceu Pasadena à Petrobras um mês após compra


























Exame.

A belga Astra Oil mal esperou um mês após comprar a refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), para sugerir à Petrobras uma parceria no negócio que terminaria com a empresa brasileira pagando R$ 1,18 bilhão. Uma carta enviada à estatal pelo vice-presidente da Astra, Alberto Feilhaber, mostra a pressa dos belgas em propor a associação.

No dia 23 de fevereiro de 2005, um mês após a empresa belga ter adquirido a refinaria pelo valor de R$ 42,5 milhões, o então diretor da Área Internacional da Petrobras, Nelson Cerveró, já tinha uma carta em mãos para dar início às conversas.

“Identificamos oportunidades de negócios que nossas companhias poderiam explorar e desenvolver em base conjunta”, escreve o vice-presidente da Astra, afirmando que a parceria poderia ajudar a empresa a cumprir seu plano estratégico, que incluía a internacionalização das atividades.

De acordo com o jornal O Globo, Alberto Feilhaber trabalhou por mais de dez anos na estatal, entre os anos 80 e 90, e mantinha bom trânsito interno. O negócio entre as duas empresas foi fechado definitivamente um ano depois da carta, após longa negociação.

Nelson Cerveró, que recebeu a carta de Feilhaber, foi a pessoa acusada pela presidente Dilma Rousseff (PT) de ter ocultado em seu resumo executivo as cláusulas contratuais que culminariam obrigando a estatal a adquirir 100% de Pasadena. A presidente, que comandava na época o Conselho de Administração, disse que o parecer elaborado pela diretoria internacional era "técnica e juridicamente falho".

Até as justificativas apresentadas pela presidente, a estatal não admitia que Pasadena havia sido um mau negócio ou a possibilidade de qualquer irregularidade.

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