terça-feira, 11 de março de 2014

PT vai tentar barrar investigação contra a Petrobras


























Agência Brasil.

Com a informação de que não existem investigações formais sendo conduzidas na Holanda sobre denúncias de que funcionários da Petrobras receberam propina da empresa SBM Offshore, o Partido dos Trabalhadores tentará derrubar a proposta de criação de uma comissão externa temporária para investigar o caso. Segundo o líder do partido na Câmara Federal, deputado Vicentinho (SP), pelo regimento da Casa, esse tipo de comissão só pode acompanhar uma investigação em andamento com a autorização do país.

De acordo com o petista, a iniciativa tem motivação unicamente política. 'Todos nós somos favoráveis às investigações necessárias, mas, na nossa interpretação, é que [o requerimento foi apresentado] em hora errada, em local errado e em posição errada. Só está tendo força porque parte da base aliada está disposta a apoiar”, disse o deputado.

O líder do governo na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), alertou que a aprovação dessa comissão poderá criar uma delicada situação futura para os deputados. “Não me parece razoável [criar a comissão]. Entendo que a oposição e parlamentares insatisfeitos da base queiram desgastar o governo, mas não podemos fugir do debate principal.”

Chinaglia disse que as denúncias não foram baseadas em “dados objetivos”, não apontaram nomes e podem prejudicar a Petrobras no cenário internacional. “Se quiser convidar [a presidente da Petrobras, Graça] Foster, somos favoráveis, mas não posso aceitar colocar o nome de uma empresa desse porte sob situação de questionamento de forma equivocada”, acrescentou.

Certo de que o impasse em torno da proposta é resultado da crise que se estabeleceu entre a Câmara Federal e o Palácio do Planalto nos últimos meses, Chinaglia antecipou que o governo deve intensificar as negociações e conversas com parlamentares nos próximos dias. “Temos que aproveitar esta semana para fazer todas as mediações. Existe divergência dentro das bancadas e este sentimento difuso que se organiza. O recado [da insatisfação] é público e notório, a ponto de o próprio governo estar fazendo reuniões com vários partidos.”

Crise - Segundo os parlamentares, a indisposição entre Legislativo e Executivo é resultado do envio de diversos projetos pelo governo com urgência constitucional – se tais propostas não cumprirem os prazos impedem que outras propostas sejam votadas. Outro motivo que agravou a relação foi a revisão nos valores de emendas parlamentares repassadas para os partidos da base aliada.

O relator da proposta, Alessandro Molon (PT-RJ), reafirmou que a proposta está pronta e tem o apoio da maioria dos partidos. Líderes partidários também reiteram o consenso na maior parte dos pontos.

A divergência em relação ao projeto ainda esbarra em duas questões: o princípio da neutralidade da rede e a obrigatoriedade de instalação de data centers no Brasil pelas empresas provedoras. Chinaglia antecipou que um líder da base aliada vai tentar apresentar um projeto substitutivo, mas não informou o nome do deputado.

A pauta deve ser definida durante a reunião do Colégio de Líderes, na tarde desta terça-feira.

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