sábado, 24 de agosto de 2013

Osvaldo Coelho classifica adutoras como caminho mais rápido para levar água ao sertanejo, e solta o verbo contra a PPP do Pontal que é um modelo ingrato e sinônimo de latifúndio

imagemO ex-deputado federal Osvaldo Coelho, que completa neste sábado, dia 24 de agosto, 82 anos, faz um relato indignado sobre o mau aproveitamento dos açudes e barragens construídas em todo o Sertão nordestino e aponta a implantação de adutoras como forma correta de fazer a estiagem ser sentida menos pelos sertanejos.
“A gente tem que reconhecer que toda obra de açudagem feita na região Nordeste foi desmoralizada pela seca que antes eram pontuais e agora passam a ser emendadas. A seca tem sido maior que o nosso esforço e por isso justifica hoje as adutoras sair do São Francisco”, salientou o ex-deputado.
Critico da Transposição que considera um equivoco Dr. Osvaldo enxerga nos ramais da obra para encher as barragens que margeiam o seu canal principal um ponto positivo. “Mesmo considerando essa Transposição um equivoco, uma parte dela é positiva que são as adutoras que levarão água para Serra Talhada, o Pajeú, chegando ao Agreste. Isso ai é louvável. Não posso deixar de louvar o certo”, arrematou.
Dr. Osvaldo toca em outro assunto delicado: a Parceria Público Privada do Projeto Pontal (PPP). O ex-deputado reforça sua crítica contra o modelo que deixa de ser os invejados já implantados nos perímetros irrigados que colocaram Petrolina como 3º PIB agropecuário do Pais entre os quase 6 mil municípios brasileiros.
“Existe um trabalho do Pontal ingrato. Fizeram um pacto com os antigos habitantes da região, anunciando pra eles terra molhada e ofereceram terra de sequeiro. Eu não sei nem classificar uma ignomínia dessa. A pessoa sonhar com terra irrigada e depois dizer não você vai continuar no sequeiro, ora no sequeiro miseravelmente ele já vive. Abrir mão da terra dele, com todo esforço, com desamor porque tinha a expectativa da terra molhada. Podia até não chegar para todos, mas que chegasse para alguns”, contemporizou o ex-parlamentar petrolinense que teve na irrigação uma de suas principais bandeiras.
Osvaldo Coelho acrescenta o modelo irrigado implantado há mais de 30 anos em Petrolina é considerado vitorioso, não teria necessidade muda, tanto que tem o reconhecimento de ser a melhor reforma agrária do País, porque distribui terras do governo para familiares e para pequenas empresas
“É pegar ele que é caboclo que é operário e transformar em proprietário, dando as condições. Se você for ao Nilo Coelho tem pequenos produtores muito bem de vida, técnicos agrícolas, agrônomos, todos realizados. E o que fizeram no Pontal, anunciou o modelo para quase 500 famílias, alguns empresários, ai rasgam esse pacto e transforma num latifundiário. Isso é uma estupidez e num governo que se diz de esquerda, que se diz socialista, mas pratica o maior neo capitalismo já visto, a coisa mais extravagante e estúpida do que se pode imaginar”, alfinetou Dr.Osvaldo.
E o ex-deputado coloca a questão do Pontal na ordem do dia das manifestações atuais no Brasil e na região de forma especifica e alerta que esse modelo não vai resistir.
”Isso ai não vai durar não. Essa doação desse latifúndio ai não vai resistir quando o vale acordar lá no (açude) Vira Beiju e no Uruás. Quando eles acordarem, vão reagir e o governo não vai ter resposta. Eu sei que um dia desses ali o vale vai acordar. Vai acordar por que é que parou a irrigação, por que não vão botar o canal de derivação do Vira Beiju, por que é que tomaram as terras dos pequenos para dar ao grande. Essas são coisas que devem levar o vale acordar, coisas que tenha conteúdo, que tenham repercussão e eu sei que vai acordar, acordar democraticamente, sem devastação, mas com consciência que não aceita usurpação. Eu acredito nisso”, concluiu Osvaldo Coelho.

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