sábado, 10 de agosto de 2013

Próximo destino: ladeira abaixo

O ruído na comunicação entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e os “donos” do Congresso Nacional – senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) – anda tirando o sono dos marqueteiros listados para trabalhar na campanha de reeleição da petista. Competentes, em sua grande maioria, os publicitários e cientistas políticos estão com os dias contados caso a assessoria da presidente continue a insistir na criação de polêmicas entre o Executivo e o Legislativo.

A bola da vez – ou o problema da vez - ganhou o nome de “PEC do Orçamento Impositivo”. Henrique Alves bradou em alto e bom tom que não quer conversa e que, no que depender dos seus esforços, irá aprovar a proposta que obriga o Governo Federal a pagar todas as emendas parlamentares previstas no ano. A obstinação do peemedebista é bem fundamentada: hoje, apenas os congressistas mais subservientes têm suas emendas liberadas.
O Palácio do Planalto, de olho na rebeldia dos aliados, move mundos e fundos para ganhar tempo e, assim, negociar a não aprovação da proposta. Claro, uma vez aprovado, o orçamento impositivo cercearia o “é dando que se recebe” que serve de combustível para a manutenção da corrupção, uma vez que apenas interesses pessoais mantêm-se preservados.
O desfecho desse episódio – que de tanto que foi adiado poderia ser facilmente promovido à categoria de novela – já tem data marcada: terça-feira (13). Após ser pressionado por uma banda e obrigado a ouvir as lamentações de outra, Henrique Alves declarou que sonha com a construção de um consenso para assim obter uma votação unânime.

Pois é, foi-se o tempo que a presidente Dilma Rousseff precisava se preocupar com os golpes da oposição. Hoje, o ataque, vem do seu próprio quintal, dos “aliados” que ela própria escolheu para chamar de seus.


Entre a cruz e a espada - A Amupe (Associação Municipalista de Pernambuco) correu para os braços da CNM (Confederação Nacional dos Municípios) quando precisou de apoio para promover a ida dos prefeitos pernambucanos a Brasília. Contudo, não respondeu ao afago e corroborou o apoio da CNM à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Orçamento Impositivo. A Amupe decidiu ficar em cima do muro e, com isso, transferiu a responsabilidade para os prefeitos.


A história se repete - A previsão é de águas turbulentas para o grupo aliado do ex-prefeito do Recife, João da Costa. Ainda que haja esforço mútuo na busca de um consenso, nem só de boa vontade vive o homem. A informação que circula nos corredores da executiva estadual do Partido dos Trabalhadores é que Gilson Guimarães, até então aliado do ex-gestor, não vai abrir mão da sua candidatura, postura que não agrada por completo a tendência de João da Costa.

O elo mais fraco - A Prefeitura de Caruaru refutou as denúncias dos trabalhadores do matadouro municipal sobre o embarque de pessoal nos caminhões utilizados para o transporte dos animais abatidos. Em nota, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos informou que se os funcionários pegaram carona no veículo, foi por “livre e espontânea vontade”. E quem iria rejeitar uma ida ao trabalho em pé, ao lado de carcaças penduradas, ou sentando no chão coberto de sangue?

Agora vai... ou não - O deputado Silvio Costa Filho (PTB) comemorou a decisão do presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Guilherme Uchoa (PDT), de desengavetar a proposta que prevê o fim do voto secreto na Casa. O projeto, que tramita desde 2011 nos corredores da Alepe, entrará em pauta – se tudo der certo – na próxima terça-feira (13).



CURTAS

Ou vai, ou racha - O PSB de São Paulo oficializou o apoio à candidatura do governador Eduardo Campos à Presidência da República. O anúncio partiu do secretário nacional da legenda, Carlos Siqueira, que fez questão de lembrar que além dos paulistas, gaúchos e brasilienses estão na torcida pelo voo solo do gestor pernambucano.
Retrocesso - O Ministério Público do Trabalho (MPT) vai investigar denúncias de trabalho infantil nos municípios de Serra Talhada e Belém do São Francisco. O inquérito tomou como base o relatório da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, que aponta falta de políticas efetivas para combater a presença de crianças e adolescentes principalmente em ruas e feiras livres.
Perguntar não ofende: Inocêncio Oliveira (PR), Sérgio Guerra (PSDB), Fernando Ferro (PT) e Silvio Costa (PTB) na lista dos mais respeitados do Congresso Nacional. Você concorda?

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